A doença é causada pelas bactérias do
gênero Rickettsia e ocorre em diversas regiões do mundo, especificamente
em lugares com saneamento precário e elevadas aglomerações de pessoas. É
transmitida ao homem por piolhos, pulga de ratos e carrapatos ou por meio de
fezes contaminadas.
As doenças causadas pelo Tifo, desde o
fim do século XIX, até então não assustavam a população mundial e estavam sob
controle. O Leste Europeu apresentava taxas anuais de doenças não tão
desprezíveis. A Rússia, por exemplo, tinha em média, 90 mil casos por ano. A
situação de guerra e fome, a aglomeração de pessoas e proliferação dos piolhos
eram as condições necessárias para que o tifo iniciasse um desastre humano.
Quando o Império Austro-Húngaro iniciou
seu ataque à Sérvia em novembro de 1914, iniciava-se o surto de Tifo na região
e morriam, aproximadamente, 6 mil pessoas por dia nas regiões da Sérvia por
conta da epidemia, incluindo militares e civis. Havia muita decadência de
médicos, justamente por conta da doença. Hospitais perderam até 80% deles.
Muitas operações militares da Sérvia foram suspensas para o controle da doença
por meio de métodos de saneamento, como por exemplo o combate dos piolhos
(sendo o principal causador do tifo desde 1909). Os soldados, permaneciam nas
trincheiras, onde a disseminação dos piolhos os fazia ter mais medo do Tifo do
que da própria guerra.
Até o ano de 1916, a Rússia, por
exemplo, registrara mais de 150 mil casos da epidemia. Porém, foi entre os anos
de 1917 e 1921 que a população mais sofreu com as epidemias de tifo, chegando a
30 milhões de acometidos.Não obstante, uma guerra civil estava se iniciando da
Rússia, com Lênin no comando, os Bolchevistas deram início às reformas no
sistema político, o que não agradou os Mencheviques. Isso poderia agravou ainda
mais e epidemia de tifo.
De 1916 á 1923, com a Revolução
Bolchevista, a população russa passou por miséria, fome, desnutrição e
condições insalubres de vida. Além disso, foram construídos campos de
concentração para prisioneiros políticos, o que colaborou com a disseminação
dos piolhos, causando a morte de aproximadamente, três milhões de pessoas. Essa
epidemia matou muito mais em regiões onde nunca havia ocorrido, justamente pela
pouca imunidade da população e seu despreparo.
O tifo também causou a morte de muitas
pessoas durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente em prisioneiros nos
campos de concentração nazistas. Boa parte deles, propositalmente, já que eram
feitos experimentos com eles para encontrar o antídoto da doença.
Anne Frank, uma figura importante do
Holocausto, teve como causa de sua morte, o tifo.
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